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“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”
ASCOM - CBA
14 de março de 2018

Marielle Franco, 13 de março de 2018

Desde quando decretada, a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro tem sido alvo de fortes críticas: Qual política de segurança pública deve ser implantada, para quem e de que forma? Através da intervenção das forças armadas que pedem a garantia de que não será instalada uma Comissão da Verdade no futuro, como acreditar e aceitar uma promessa de segurança pública com militares exigindo garantia de impunidade em casos de abuso e violação de direitos? Como promover segurança sem combater os altos índices de violência policial no Brasil? Como falar em segurança para todos sem medidas para acabar com o genocídio da população negra ou discutir a descriminalização das drogas?

Uma pausa. Perdemos mais uma vida!

Na noite de ontem, foi assassinada Marielle Franco, mulher, negra, mãe e filha da favela da Maré, socióloga, defensora de Direitos Humanos, vereadora na cidade do Rio de Janeiro (a 5ª mais votada).

Na saída de um evento na Lapa chamado “Jovens Negras Movendo as Estruturas”, Marielle e o motorista Anderson Gomes foram emparelhados por um carro e alvejados com diversos disparos.

Sua trajetória de vida é marcada pela luta contra a violência do Estado, principalmente nas favelas. Há duas semanas, havia sido nomeada para compor a Comissão da Câmara de Vereadores do Rio responsável por acompanhar a intervenção federal. Possuía posicionamento claro e firme contra a intervenção e vinha denunciando rotineiramente os abusos e excessos cometidos por policiais contra moradores de comunidades do Rio de Janeiro. A última delas no dia 13 de março de 2018, denunciando a morte de mais um jovem a ser colocada na conta da PM, questionou: “quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”.

Ontem tentaram calar a voz dessa mulher. Mas não conseguiram, nem conseguirão. Sua coragem persiste em todxs os defensorxs de direitos humanos do Brasil. Seu exemplo de dignidade e coragem permanece vivo em todxs nós.

No dia de hoje, além de uma tristeza profunda, expressamos a nossa solidariedade a seus familiares e aos familiares de Anderson. Nossa solidariedade também aos amigos de caminhada na luta que Marielle representa. E reafirmamos o nosso compromisso de manter viva a sua voz.

Marielle Franco, PRESENTE.

 Escritório Cezar Britto & Advogados Associados

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