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Cezar Britto participa em Brasília de lançamento do livro Comentários a uma Sentença Anunciada – o Processo Lula
ASCOM - CBA
29 de agosto de 2017

“Justiça é coisa séria e não combina com autógrafos e holofotes!”

O advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Cezar Britto, participou na noite de ontem (28) do lançamento do livro “Comentários a uma Sentença Anunciada – o Processo Lula”. O evento foi no auditório Joaquim Nabuco da Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UNB). Cezar é um dos autores que escreveram artigos sobre a sentença do juiz Sérgio Moro no processo que envolve o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, por suposta compra de um apartamento no Guarujá, litoral de São Paulo.

O livro, que já foi lançado em 8 capitais brasileiras, reúne nomes expressivos da comunidade jurídica e acadêmica, além de personalidades políticas que questionam a sentença do juiz de primeira instância imposta ao ex-presidente Lula. Em sua fala durante o evento, Cezar Britto disse que no artigo que escreveu para o livro quis fazer uma pequena análise do que significa a Justiça e a sua função para as pessoas. Através da representação da deusa da Justiça, Cezar evidencia que “hoje, a tábua da Justiça que Themis carrega, pelo menos no Brasil, reproduz a perda de direitos sociais, a venda do patrimônio brasileiro, da reforma trabalhista, da entrega da Amazônia, da privatização de estatais que este governo ilegítimo impõe ao povo brasileiro”.

O ex-presidente da OAB explicou que quando o Brasil saiu da ditadura militar o inquérito penal não deveria mais estar à disposição de um Estado repressor, por esta razão foi instalado um sistema de fiscalização, em que os inquéritos não pertenceriam apenas a um órgão ou um ator e todos deveriam se auto controlar e fiscalizar. “No caso Lula inverteu-se a lógica constitucional, todos eles, magistratura, Ministério Público e polícia, agindo como se fossem uma única parte. O resultado desta fórmula será sempre a da condenação, pois transformaram as páginas do processo em manchetes para a grande imprensa, elevando-se o holofote à fonte de direito e, em consequência confundido acórdão com autógrafo”, declarou Britto em relação à ação penal objeto do livro.

“É preciso que entendamos que este não é um tempo para silêncios, e que é necessário repetir até que fique claro, que Justiça é coisa séria e não combina com autógrafos e holofotes!”, lembrou Cezar.

Também estavam presentes no lançamento o ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão, e os professores da Faculdade de Direito da UNB, Marcelo Neves e Beatriz Ramos Vargas. Os três também são autores de artigos que integram o livro.

Sentença Anuciada

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